O Serviço de Intendência, praticamente tão antigo quanto as próprias Forças Armadas que integram, provavelmente deve ter surgido logo nos primórdios dos tempos, como conseqüência natural e lógica da necessidade de separar e distinguir, já então, embora de modo primário e incipiente, a tarefa de comandar da de administrar.
Indubitavelmente os ensaios e tentativas iniciais, feitos pelas primeiras organizações militares, no sentido de disporem de Intendência, não devem ter sido muito além de um responsável que, com alguns auxiliares e um rudimentar equipamento, assumisse os encargos da guarda da pecúnia destinada ao pagamento da tropa e das demais despesas eventuais com a sobrevivência desta, quando não fosse possível, o saque que, então, era uma instituição, segundo nô-lo informa a própria História.
A alusão mais remota ao Serviço de Intendência militar de que se tem conhecimento está consignada em um belo poema misto de história e de lenda: a Ilíada.
Com efeito, Homero nos informa que nas hostes de Agamenon, lendário rei de Micenas e herói das pugnas troianas, havia oficiais de alta patente, com honras de magistrados, aos quais incumbia a guarda e a gestão dos fundos destinados aos pagamentos dos soldados e das demais despesas "in loco", decorrentes da campanha.
Foram justamente esses magistrados das finanças militares das tropas de Agamenon que, pela primeira vez na História da Intendência Militar, elegeram a folha de acanto para seu símbolo distintivo, não como adorno de uniforme, mas como meio prático de se fazerem localizar, com facilidade, dentro dos acampamentos.
A eleição decorreu do fato de a folha de acanto ser grande, larga e ornamental, apresentando, além disso, recortes simétricos e sobretudo porque, cortadas, amarelavam com rapidez e, penduradas à porta das barracas daqueles magistrados se faziam visíveis a grandes distâncias, identificando-os prontamente.
A botânica nos ensina que o acanto, do grego AKANTOS é a planta tipo da família das dicotiledôneas, de flores brilhantes e caracteriza-se por suas folhas largas, verdes e recortadas; seu "habitat" são terrenos úmidos e pedregosos da região do Mediterrâneo. A arquitetura clássica a adotou como ornamento, constituindo até a característica dos capitéis da ordem coríntia.
Nas legiões guerreiras da Roma antiga também se encontravam os famosos "quaestores classici" ou "quaestores militares", magistrados nomeados diretamente pelo Imperador para cuidar das finanças militares, tanto em tempo de paz, como durante as campanhas.
Pesquisando-se a história sobre a matéria, não se logra obter nenhuma alusão aos distintivos que teriam sido adotados pelos "quaestores classici", para se fazerem reconhecer em suas atividades específicas, tal como o fizeram aqueles intendentes que compartilharam das gloriosas façanhas de Tróia, cuja coragem e bravura inspiraram, ao imortal Homero, a Ilíada e a Odisséia.
Foi, pois, à luz das cintilações fulgurantes das espadas e das lanças a se cruzarem e se entrechocarem ferozes e mortais contra as couraças e armaduras, em bizarra orquestração de terríficas harmonias feitas de tinidos que, há cerca de cinco milênios, na austera moldura do entrevero das batalhas, nasceu o distintivo do intendente militar, o mesmo distintivo que hoje ostentam os Intendentes das gloriosas Forças Armadas do Brasil.
A FOLHA DE ACANTO E O DISTINTIVO DOS INTENDENTES
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O Serviço de Intendência, praticamente tão antigo quanto as próprias Forças Armadas que integram, provavelmente deve ter surgido logo nos primórdios dos tempos, como conseqüência natural e lógica da necessidade de separar e distinguir, já então, embora de modo primário e incipiente, a tarefa de comandar da de administrar.
Indubitavelmente os ensaios e tentativas iniciais, feitos pelas primeiras organizações militares, no sentido de disporem de Intendência, não devem ter sido muito além de um responsável que, com alguns auxiliares e um rudimentar equipamento, assumisse os encargos da guarda da pecúnia destinada ao pagamento da tropa e das demais despesas eventuais com a sobrevivência desta, quando não fosse possível, o saque que, então, era uma instituição, segundo nô-lo informa a própria História.
A alusão mais remota ao Serviço de Intendência militar de que se tem conhecimento está consignada em um belo poema misto de história e de lenda: a Ilíada.
Com efeito, Homero nos informa que nas hostes de Agamenon, lendário rei de Micenas e herói das pugnas troianas, havia oficiais de alta patente, com honras de magistrados, aos quais incumbia a guarda e a gestão dos fundos destinados aos pagamentos dos soldados e das demais despesas "in loco", decorrentes da campanha.
Foram justamente esses magistrados das finanças militares das tropas de Agamenon que, pela primeira vez na História da Intendência Militar, elegeram a folha de acanto para seu símbolo distintivo, não como adorno de uniforme, mas como meio prático de se fazerem localizar, com facilidade, dentro dos acampamentos.
A eleição decorreu do fato de a folha de acanto ser grande, larga e ornamental, apresentando, além disso, recortes simétricos e sobretudo porque, cortadas, amarelavam com rapidez e, penduradas à porta das barracas daqueles magistrados se faziam visíveis a grandes distâncias, identificando-os prontamente.
A botânica nos ensina que o acanto, do grego AKANTOS é a planta tipo da família das dicotiledôneas, de flores brilhantes e caracteriza-se por suas folhas largas, verdes e recortadas; seu "habitat" são terrenos úmidos e pedregosos da região do Mediterrâneo. A arquitetura clássica a adotou como ornamento, constituindo até a característica dos capitéis da ordem coríntia.
Nas legiões guerreiras da Roma antiga também se encontravam os famosos "quaestores classici" ou "quaestores militares", magistrados nomeados diretamente pelo Imperador para cuidar das finanças militares, tanto em tempo de paz, como durante as campanhas.
Pesquisando-se a história sobre a matéria, não se logra obter nenhuma alusão aos distintivos que teriam sido adotados pelos "quaestores classici", para se fazerem reconhecer em suas atividades específicas, tal como o fizeram aqueles intendentes que compartilharam das gloriosas façanhas de Tróia, cuja coragem e bravura inspiraram, ao imortal Homero, a Ilíada e a Odisséia.
Foi, pois, à luz das cintilações fulgurantes das espadas e das lanças a se cruzarem e se entrechocarem ferozes e mortais contra as couraças e armaduras, em bizarra orquestração de terríficas harmonias feitas de tinidos que, há cerca de cinco milênios, na austera moldura do entrevero das batalhas, nasceu o distintivo do intendente militar, o mesmo distintivo que hoje ostentam os Intendentes das gloriosas Forças Armadas do Brasil.